segunda-feira, 4 de julho de 2011

Essa tal felicidade...


Mais uma vez, revirando meu acervo deparei-me com mais uma pérola das palestras da Délia Guzmán e esta fala sobre o segredo de uma alma feliz, da qual resenho pra vocês.

Sem dúvida, não é fácil falar de felicidade. Pode parecer um tema simples, porque todos a buscamos e, por vezes, afirmamos que somos felizes. Mas todos queremos saber o que é em si a felicidade. Ás vezes a colocamos em um lugar tão volátil, tão distante e tão pouco claro, que se torna dificil alcança-la. O mesmo acontece quando buscamos os meios para obtê-la, pois o fazemos de uma maneira tão inadequada que parece que a felicidade se distancia cada vez mais de nós.
Há quem pense que a felicidade é tão efemera, que não exista, mas Kant afirmava que ela é um dever e, como tal, deve ser buscada. Porém o ser humano lamentavelmente a associa com a fantasia e pensa que, se também possuísse o que as pessoas que ele considera felizes possuem, seria igualmente feliz. Quantas e quantas vezes trabalhamos feitos jumentos para obtermos coisas e, quando as possuímos, nos damos conta de que não nos proporcionam felicidade. Me lembrei uma vez, quando ainda era aluna da UVA e estava dando um seminario sobre celulas tronco, e fiz a pergunta à platéia  se alguém ja tinha corrido muito atrás de uma coisa e quando a conquistou ainda a jogou fora, e o bando de "santos" disseram-me um sonoro "NÃOOOOOOO", que eu estava errada. Nossa que bom, pensei eu, estou numa classes de Espíritos perfeitos, já posso morrer. Ah fala sério! É como se na nossa mente tudo o que vemos assumisse uma cor atrativa, porém quando chega às nossas mãos, começa a ficar cinza, como se não fosse mais a mesma coisa.

Aristoteles, grande filosofo grego, dizia que todos nós, seres humanos, buscamos a felicidade, mas não nos damos conta de que ela não é igual para todos. Considerando que existem diferentes tipos de pessoas, também existem diferentes tipos de felicidade, assim como diferentes tipos de bem, como ele chamava. Alguns, dizia ele, buscarão a felicidade, ou diferentes tipos de bem em seu corpo e se sentirão felizes por poder dormir, comer e descansar satisfatoriamente. Outros buscarão a felicidade nas emoções e se sentirão muito realizados somente com a possibilidade de amar e ser amado. mas Aristoteles afirmava que a verdadeira felicidade do ser humano não pode ficar limitada a situações tão transitorias, ela não é um dom ou um presente dos deuses, mas da pratica da virtude. Que virtude Arí??? Aquela que é propria do ser humano, se relaciona com sua alma e que é encontrada em seu interior.Pegou profundo agora.

Muitas das vezes atuamos contrariamente a felicidade, esperando que a vida nos a outorgue, e ficamos nós como cães a beira da mesa da sala de jantar, na espectativa de tê-la sem nos esforçarmos para conquista-la. Aquele papo de que "se Deus quiser ", "Em nome de Jesus",  ahhh eu acredito que se Deus não fosse tão misericordioso, jogava um raio na cabeça do cidadão pra acabar de falar tanta bobagem e ainda botar o nome dele e de um de seus mais amados filhos no meio! Outras vezes, ficamos nós a acreditar que como um passe de magica a felicidade virá até nós, como compensasão pelo o que já realizamos. Ledo engano.Confundimos Deus com o nosso pai terreno.Para alcança-la é preciso uma forte disciplina de vida.

Isso me faz lembra também uma estoria aparentemente morbida de um peregrino que caminhava de povoado em povoado e entre belos campos e belas flores  de um parque descobriu uma laje, aproximando-se, leu uma inscrição: 5 anos e 4 meses. Continuou caminhando e encontrou outra, com um nome e numero diferentes: 10 anos e 4 meses, continuou andando e descobriu mais e mais lajes com diferentes nomes e numeros sempre muito curtos. Foi aí que ele se tocou que não eram lajes e sim lápides, nas quais se achavam registrados nomes de pessoas e a quantidade de anos vividos. Profundamente comovido, ele começou a chorar pela morte de tantas criançinhas, foi aí que o guardião do parque o encontrou e este lhe esplicou o que havia ocorrido e o que sentia ao guardião, mas aquele lhe esclareceu que não era que eles estivessem morrido jovens; - esses anos que você vê escritos representam o tempo de felicidade que cada pessoa viveu. É costume deste povoado, quando um filho completa 15 anos, os pais presentearem com um caderno de notas e colocarem em seu pescoço. A partir de então vai-se anotando os instantes felizes vividos e o tempo de duração (adorei isso!). O primeiro amor, o primeiro beijo, a graduação escolar etc.O peregrino não ficou mais aliviado, muito pelo contrario, ficou ainda mais triste ao constatar que podemos viver muitos anos físicos, mas que se somarmos apenas os instantes felizes, nossa vida se reduz enormemente, pois estes são muito breves.

Aí fica a questão: Colocamos a felicidade em coisas permanentes ou naquelas efemeras e circunstanciais?
esse post valeu uma DR e uma explicação neste fim de semana, que eu agradeço e ajoelho aos pés da minha "com muita sorte", de ter tirado minhas vendas oculares para alguns fatos que eu não estava me atentando.

O corpo físico, pode ser feliz se não tiver a certeza de que todos os dias terá o que comer, vestir, ou onde dormir? E, se fizermos a felicidade depender das emoções, poderemos ser felizes se não tivermos a certeza de que amanhã a pessoa amada continuará nos amando? ou as pessoas nas quais nos relacionamos já não mais estiverem junto a nós ou correspondendo nossos sentimentos?

Definitivamente, há algo importante: necessitamos de segurança. A segurança não nos será dada pelas circunstancias passageiras, mas sim por aquilo que perdura. Pra isso, é necessário saber discernir e escolher, em tudo que fazemos, o que é temporal e o que perdura. Não pretendo com isso tirar o valor das pequenas coisas, pois são muito valiosas e nos ajudam a construir o futuro, mas essas pequenas coisas não podem ser tão superficiais ao ponto de desaparecerem em poucas horas pois assim nos veremos tomado pela incessante sensação de tristeza, vazio e angustia. Mas são muitos os motivos que desassossegam nossa alma: A falta de paz interior, Dúvidas, O Medo, Problemas sentimentais, O vazio interior.
    Mas nós vamos falar de cada um deles post a post.

    Eu prometi que não ia escrever mais nada quilométrico lembram?
    beijinhos, e sigam-me os bons!

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