quarta-feira, 15 de junho de 2011

Herói não tem idade tem Atitude

Olá, pueblo mio,

Atendendo a pedidos, vou tentar me conter e escrever posts beemmmm menores, sabe como é tem um povo que sofre de preguiça crônica pra ler e aí já viu neh? é até sobre isso relativamente que quero falar hoje.

Ontém, assistindo ao jornal eu fiquei impressionada com aquela materia dos voluntarios sexagenarios Japoneses, alguém viu? quem não viu deveria ver, só os japoneses mesmo pra fazerem aquilo, eu ainda não tinha visto nada igual em nenhum lugar do mundo. ok Brijha, mas o que foi de tão fora do comum assim que eles fizeram que eu não assisti? Mostraram-se gente.

Um engenheiro lá em Fukushim, Yasuteru Yamada, criou um projeto para ajudar na solução com o problema da  limpeza da radiação lá da usina que ta vazando, mas vai precisar de pessoas, pra poder executar o projeto, só tem um probleminha...Quem é o louco que vai se meter a ficar tantos minutos por dia, sabe Deus até quando, pra limpar o vazamento radioativo colocando sua vida em risco???

A Unidade de Veteranos Qualificados coloca; São um grupo de mais de 200 aposentados com experiência em engenharia e outras profissões, voluntariamente se dispondo a substituir 1000 jovens que operam na "planta/usina", e estão se expondo a altos níveis de radiação. O grupo acredita que tem menos de 20 anos para viver, e estarão mortos antes que apareça qualquer câncer induzido pela radiação. A história já é diferente para os jovens que lutaram nessa zona de guerra por três meses, desde o tsunami e terremoto de março, e que têm maior risco de desenvolver câncer quando ficarem mais velhos.

Quando foram comparados aos Kamikazes o Senhor Yamada, de 72 anos, disse que ele não estão indo para lá para morrer. Mas para garantir a vida dos demais. 'Não somos kamikazes', diz Yamada se referindo aos pilotos suicidas da Segunda Guerra Mundial. Para ele, 'kamikazes não têm gerenciamento de riscos. Eles morrem, mas nós vamos voltar', disse o aposentado.
Tudo o que está impedindo estes pensionistas de colocarem trajes de proteção nuclear é o governo japonês, que infelizmente coloca burocracia no meio.
 Para fechar e desligar a usina, poderá ser preciso um prazo que vai até janeiro ou mais. A desmontagem pode levar anos.E, voluntários não devem faltar. O professor aposentado Michio Ito agora trabalha em um café, mas pretende se juntar ao grupo de voluntários.'Não me acho especial', diz Ito. 'A maioria dos japoneses tem este sentimento, mas a diferença é se a pessoa se oferece para o trabalho ou apenas fica assistindo. Para fazer isso, é preciso muita coragem, mas espero que seja uma grande experiência.'

EU NUNCA VI ISSO EM NENHUM FILME DO SPECTROMAN!!!! e fiquei estarrecida. Os caras conseguem ser solidários não somente nas dores comuns, mas pessoais também, porem com o intuito de somar. É por isso que tenho tanta admiração por esses HERÓIS DE VERDADE. Enquanto alguns choram por seus "idolos" que estão mais preocupados com sua imagem, fama, conta bancária e o que mais couber no próprio umbigo; Esses Heróis japoneses, estão se doando a uma causa, que pode aniquilar suas vidas, porém salvar toda uma posteridade direta ou indireta.
Infelizmente, atitudes como estas não dão IBOPE, o marketing do Justin Bieber e do Tiririca é melhor!


DEZ COISAS A SEREM APRENDIDAS COM O  JAPÃO:


           1 – A CALMA
           Nenhuma imagem de gente se lamentando, gritando e
reclamando que “havia perdido tudo”. A tristeza por si só já bastava.

           2 – A DIGNIDADE
           Filas disciplinadas para água e comida. Nenhuma palavra
dura e nenhum gesto de desagravo.

           3 – A HABILIDADE
           Arquitetos fantásticos, por exemplo. Os prédios
balançaram, mas não caíram.

           4 – A SOLIDARIEDADE
           As pessoas compravam somente o que realmente necessitavam
no momento. Assim todos poderiam comprar alguma coisa.

           5 – A ORDEM
           Nenhum saque a lojas. Sem buzinaço e tráfego pesado nas
estradas. Apenas compreensão.

           6 – O SACRIFÍCIO
           Cinqüenta trabalhadores ficaram para bombear água do mar
para os reatores da usina de Fukushima. Como poderão ser
recompensados?

           7 – A TERNURA
           Os restaurantes cortaram pela metade seus preços. Caixas
eletrônicos deixados sem qualquer tipo de vigilância. Os fortes
cuidavam dos fracos.

           8 – O TREINAMENTO
           Velhos e jovens, todos sabiam o que fazer e fizeram
exatamente o que lhes foi ensinado.

           9 – A IMPRENSA
           Mostraram enorme discrição nos boletins de notícias. Nada
de reportagens sensacionalistas com repórteres imbecis. Apenas
reportagens calmas dos fatos.

           10 – A CONSCIÊNCIA
           Quando a energia acabava em uma loja, as pessoas
recolocavam as mercadorias nas prateleiras e saiam calmamente.


Sucesso, veteranos, vocês são o meu orgulho na humanidade!


Cansados de leitura crônicos, por favor, mirem-se no exemplo desses homens e criem vergonha na lataria!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Evoque uma pedra e ela te responderá

 AVISO: Este é um post de cunho espiritual, mas sem o objetivo de proselitismo.Então antes de lê-lo abra a sua mente, pois como já cantavam os Mamonas, gay também é gente, baiano fala "oxente" e come vatapá, Alah meu bom Alah...

 Vejam só que ontém eu liguei a tv, como sempre, pra poder cair no meu sono noturno de beleza, e quando reparei estava passando um documentário que falava sobre a epidemia de exorcismo que estava ocorrendo nos EUA. Aí ja viu neh, foi-se o sono. Ficar bege é muito pouco pro que eu vi; Era gente navalhando a lingua, era homem enfiando aro de ferro na garganta, era mãe dando veneno pra criança tomar e mastigar com lâmpada pra mostrar o quanto é protegido, nossa era tanto absurdo que não dá nem pra descrever. E eu me encomodo demais com essa gente que quer demonstrar poder através de coisas sobrenaturais. Na verdade eram coisas de diversas partes do mundo e não somente nos EUA.

Esses bafos me incomodam desde pequenina, vou contar pra vocês uma história minha. Eu era molecota, tinha uns 10 anos, e tava assistindo o Silvio Santos religiosamente numa noite de domingo. Era o Show de Calouros, naquela época só tinha isso de "interessante" pra assistir na tv em um domingo, se bem que hoje com o Faustão a coisa não mudou muito, enfim, apareceu um homem, com cara de doido que mostrou que pegava uma agulhona, daquelas bem grossas colocava na dobra do braço e o antebraço, fechava os braços e não sentia dor e nem se furava. OOhhhhh!!!! todo mundo ficou abismado. Crianças não leiam este post!!!! Bem, eu que não tinha o que fazer, adivinha o que eu fiz???? pois é, a mesma coisa que o cara. Me tranquei no wanderlei cardoso(wc) de casa, com uma agulha igual e mandei ver e to viva a té hoje. Mas como eu era ousada, pro meu show ficar ainda melhor, eu ainda acrescentei que no final eu pegava um bocado de bola de algodão, tocava fogo e colocava dentro da boca. Como eu faço isso sem me queimar???? sabe Deus!!!! e eu começei a me "apresentar", não por dinheiro, mas na minha cabeça eu só queria mostrar que aquilo não era nada demais. Então, eu fazia fisioterapia numa clinica e as enfermeiras ficavam todas alvoroçadas e me pediam pra fazer e repetir o show particular até um dia em que eu cansei e parei sem "q" nem porquê. Eu só contei essa história pra dar mais enfase mesmo aos argumentos no desenvolvimento, mas é tudo verdade viu? uma das minhas mamis que tá no céu agora, deve ta querendo me chinelar por isso!!!!

Muito bem, continuando, no documentário chamado TABU, tinha um "pastor" de uma determinada igreja que fazia exorcismo 3x por semana e aos sábados e também fazia exorcismos por celular. ai ai ai...
 Esta pessoas só podem procurar estes caras porque não acreditam mais nem em si e nem na ciência, porque Deus "já levou o farelo" a muito tempo na cabeça deles, parece uma nova idade média, onde tudo o que acontecia e acontece é obra do demonio e o pessoal corre pras igrejas para comprar suas indulgencias.Olha eu não sei não, mas pra mim o demonio é o maior costas largas que eu ja vi na face da terra. Como é incrível o ser humano se ausentar da sua responsabilidade e vir dizer que foi o demo que fez aquela bagunça toda na vida dele, fala sério!
E os motivos da procura por esses "serviços" ? ...Era porque não engravidava, era porque tava cismada que tinha "demonios" dentro de si, era porque traia a mulher, as coisas mais sem comentários que você pode imaginar.

Eu não acredito no demo, mas acredito no mal e o mal é feito por uma pessoa só, o próprio homem. Ele, pra tirar o dele da reta ainda tenta humanizar os demais seres, e rotula tipo: "orca a baleia assassina", a tah e ele não mata milhões a extinção só pelo óleo da pobre? Engraçado, nunca vi baleia fabricar arpão e vir a terra só pra matar seres humanos!(LelaOrca minha colega, não comente isto! rs) Não, hoje eu to indignada porque é cada uma que parece duas!!!!

Eu acredito na existência dos Espíritos, mas não acredito em milagres; Acho incrível que tem gente que não acredita em Espírito, mas acredita piamente no diabo, é até um contra-senso isso. E ainda tem aqueles que acham que os Espíritos são o proprio demo, e nós ?só podemos ser os santos então, caimos da nuvem por descuido, só pode! aí falam no "Espirito de Deus", mas a gente não tem espírito, nossa é tanto rolo que é melhor nem se aprofundar...Eu só sei que, o povo, a partir destas minhas idéias ja pensou em me exorcizar e ainda colocaram no mesmo saco a idéia de que "eu não acredito em Deus". Tive uma sogra capanemense (aquela sim é que é o Satanás em pessoa), que vivia me dizendo isso e falando mal da vida alheia e enfeitando a cabeça do marido e vice-versa. Mas eu tenho a legitima convicção de que eu, que não acredito em demonio, e só vejo um pessoal ganhando grana com ele, acredito muito mais em Deus do que esses carinhas por aí; Até  porque, pensar que o demonio existe é querer, no mínimo, chamar o TP(Todo Poderoso) de imcompetente, na melhor das hipóteses!


Na verdade o homem é quem sempre precisou do diabo pra se justificar ou ganhar um trocado.

Eu admiro muito o professor Rivail Leon Hipolite Denizard, mas conhecido pelo pseudonimo de Alan Kardec, pelo profissional que era. O cara era "o cara" pra explicar as coisas, e foi através do que aprendi com ele que eu começei a pensar, digamos, "diferente". Eu explico. Leia com calma e reflita antes de querer me queimar em óleo quente porque já devem ter feito isto em alguma vida passada minha, eu não gostei, e não tem graça repeteco.



Ele nos lembra de como foram fecundos em milagres os séculos da ignorância, porque se considerava sobrenatural tudo aquilo cuja causa não se conhecia. À proporção que a Ciência revelou novas leis, o círculo do maravilhoso se foi restringindo; mas, como a Ciência ainda não explorara todo o vasto campo da Natureza, larga parte dele ficou reservada para o maravilhoso.

Mas vamos 1º entender a definição deste maravilhoso, do que é milagre propriamente dito.

Na acepção etimológica, a palavra milagre (de mirari, admirar) significa: admirável, coisa extraordinária, surpreendente

A Academia definiu-a deste modo: Um ato do poder divino contrário às leis da Natureza, conhecidas.

No sentido teológico, é uma derrogação das leis da Natureza, por meio da qual Deus manifesta o seu poder. O que, para a Igreja, dá valor aos milagres são, precisamente, a origem sobrenatural deles e a impossibilidade de serem explicados. Ela se firmou tão bem sobre esse ponto, que o assimilarem-se os milagres aos fenômenos da Natureza constitui para ela uma heresia, um atentado contra a fé, tanto assim que excomungou e até queimou muita gente por não ter querido crer em certos milagres. A gente ja falou disso, abafa o caso. 

Outro caráter do milagre é o ser insólito, isolado, excepcional. Logo que um fenômeno se reproduz, quer espontânea, quer voluntariamente, é que está submetido a uma lei e, desde então, seja ou não seja conhecida a lei, já não pode haver milagres.

Expulso do domínio da materialidade, pela Ciência, o maravilhoso se encastelou no da espiritualidade, onde encontrou o seu último refúgio. Demonstrando que o elemento espiritual é uma das forças vivas da Natureza, força que incessantemente atua em concorrência com a força material e que expulso da espiritualidade, o maravilhoso já não terá razão de ser e só então se poderá dizer que passou o tempo dos milagres.

O ser humano submetido às leis que regem o princípio espiritual, como o corpo o está às que regem o princípio material; mas, como estes dois princípios têm necessária afinidade, como reagem incessantemente um sobre o outro, como da ação simultânea deles resultam o movimento e a harmonia do conjunto, segue-se que a espiritualidade e a materialidade são duas partes de um mesmo todo, tão natural uma quanto a outra, não sendo, pois, a primeira uma exceção, uma anomalia na ordem das coisas.

Já não sendo o mesmo que no estado de encarnado, o meio em que atuam os Espíritos e os modos por que atuam, diferentes são os efeitos, que parecem sobrenaturais unicamente porque se produzem com o auxílio de agentes que não são os de que nos servimos. Desde, porém, que esses agentes estão na Natureza e as manifestações se dão em virtude de certas leis, nada há de sobrenatural, ou de maravilhoso. Antes de se conhecerem as propriedades da eletricidade, os fenômenos elétricos passavam por prodígios para certa gente; desde que se tornou conhecida a causa, desapareceu o maravilhoso.
 
Baseado em aparências inexplicadas, o sobrenatural deixa livre curso à imaginação que, a vagar pelo desconhecido, gera as crenças supersticiosas.Uma explicação racional, fundada nas leis da Natureza, reconduzindo o homem ao terreno da realidade, fixa um ponto de parada aos transviamentos da imaginação e destrói as superstições.
 Para os que negam a existência do princípio espiritual independente, que negam, por conseguinte, a da alma individual e sobrevivente, a Natureza toda está na matéria tangível; todos os fenômenos que concernem à espiritualidade são, para esses negadores, sobrenaturais e, portanto,quiméricos. Não admitindo a causa não podem eles admitir os efeitos e, quando estes são patentes, os atribuem à imaginação, à ilusão, à alucinação e se negam a aprofundá-los. Daí, a opinião preconcebida em que se acastelam e que os torna inaptos a apreciar judiciosamente o fenômeno, porque parte do princípio de negação de tudo o que não seja material.
Do fato, porém, que admitir os efeitos, que são corolário da existência da alma, não se segue que admita todos os efeitos qualificados de maravilhosos e que se proponha a justificá-los e dar-lhes crédito; que se faça campeão de todos os devaneios, de todas as utopias, de todas as excentricidades sistemáticas, de todas as lendas miraculosas.O charlatanismo explora em proveito próprio alguns fatos; que a imaginação os tenha criado; eo fanatismo os haja exagerado muitíssimo. O raciocinio é tão solidário com as extravagâncias que se cometem em seu nome, como a Ciência o é com os abusos da ignorância e a verdadeira religião com os abusos do fanatismo. Contudo, em face das coisas divinas, temos, para critério do nosso juízo, os atributos mesmos de Deus. Ao poder soberano reúne ele a soberana sabedoria, donde se deve concluir que não faz coisa alguma inútil. Por que, então, faria milagres? Para atestar o seu poder, dizem. Mas, o poder de Deus não se manifesta de maneira muito mais imponente pelo grandioso conjunto das obras da criação, pela sábia previdência que essa criação revela, assim nas partes mais gigantescas, como nas mais mínimas, e pela harmonia das leis que regem o mecanismo do Universo, do que por algumas pequeninas e pueris derrogações que todos os prestímanos sabem imitar? Que se diria de uni sábio mecânico que, para provar a sua habilidade, desmantelasse um relógio construído pelas suas mãos, obra-prima de ciência, a fim de mostrar que pode desmanchar o que fizera? Seu saber, ao contrário, não ressalta muito mais da regularidade e da precisão do movimento da sua obra? Deus não faz coisas inúteis, Não sendo necessários os milagres para a glorificação de Deus, nada no Universo se produz fora do âmbito das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo,como são, perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las. Se há fatos que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários.

Admitido que Deus houvesse alguma vez, por motivos que nos escapam, derrogado acidentalmente leis por ele estabelecidas, tais leis já não seriam imutáveis. Mesmo, porem, que semelhante derrogação seja possível, terá que, pelo menos, de reconhecer que só ele, Deus, dispõe desse poder; Sem se negar ao Espírito do mal a onipotência, não se pode admitir lhe seja dado desfazer a obra divina, operando, de seu lado, prodígios capazes de seduzir até os eleitos, pois que isso implicaria a idéia de um poder igual ao de Deus. Se Satanás tem o poder de sustar o curso das leis naturais, que são obra de Deus, sem a permissão deste, mais poderoso é ele do que a Divindade. Logo, Deus não possui a onipotência e se, como pretende, delega poderes a Satanás, para mais facilmente induzir os homens ao mal, falta-lhe a soberana bondade. Em ambos os casos, há negação de um dos atributos sem os quais Deus não seria Deus. Daí vem a Igreja distinguir os “bons milagres”, que procedem de Deus, dos “maus milagres”, que procedem de Satanás. 

Mas, qual é a diferença? 

Seja satânico ou divino um milagre, haverá sempre uma derrogação de leis emanadas unicamente de Deus.
Se um indivíduo é curado por suposto milagre, quer seja Deus quem o opere, quer Satanás, não deixará por isso de ter havido a cura.
Forçoso se torna fazer pobríssima idéia da inteligência humana para se pretender que semelhantes doutrinas possam ser aceitas nos dias de hoje!

  Reconhecida a possibilidade de alguns fatos considerados miraculosos, há de se concluir que, seja qual for a origem que se lhes atribua, eles são  efeitos naturais de que se podem utilizar Espíritos desencarnados ou encarnados, como de tudo, como da própria inteligência e dos conhecimentos científicos de que disponham, para o bem ou para o mal, conforme neles preponderem a bondade ou a perversidade. Valendo-se do saber que haja adquirido, pode um ser perverso fazer coisas que passem por prodígios aos olhos dos ignorantes; mas, quando tais efeitos dão em resultado um bem qualquer, fora ilógico atribuir-se-lhes uma origem diabólica. Mas, a religião, dizem, se apóia em fatos que nem explicados, nem explicáveis são. Inexplicados, talvez; inexplicáveis, é questão muito outra. Que sabe o homem das descobertas e dos conhecimentos que o futuro lhe reserva?

Os “livros sagrados” estão cheios de fatos desse gênero, qualificados de sobrenaturais; como, porém, outros análogos e ainda mais maravilhosos se encontram em todas as religiões pagãs da antigüidade, se a veracidade de uma religião dependesse do numero e da natureza de tais fatos, não se saberia dizer qual a que devesse prevalecer. Essa tese, de que se constituíram defensores eminentes teólogos, leva direito à conclusão de que, em breve tempo, já não haverá religião possível, nem mesmo a cristã, desde que se chegue a demonstrar que é natural o que se considerava sobrenatural, visto que, por mais que se acumulem argumentos, não se logrará sustentar a crença de que um fato é miraculoso, depois de se haver provado que não o é. Ora, a prova existe de que um fato não constitui exceção às leis naturais, logo que pode ser explicado por essas mesmas leis e que, podendo reproduzir-se por intermédio de um indivíduo qualquer, deixa de ser privilégio dos santos. 

O de que necessitam as religiões não é do sobrenatural, mas do princípio espiritual, que erradamente costumam confundir com o maravilhoso e sem o qual não há religião possível.
É preciso algo mais sólido do que os milagres: As imutáveis leis de Deus, a que obedecem assim o princípio espiritual, como o princípio material. Essa base desafia o tempo e a Ciência, pois que o tempo e a Ciência virão sancioná-la.

Deus não se torna menos digno da nossa admiração, do nosso reconhecimento, do nosso respeito, por não haver derrogado suas leis, grandiosas, sobretudo, pela imutabilidade que as caracteriza. Não se faz mister o sobrenatural, para que se preste a Deus o culto que lhe é devido. A Natureza não é de si mesma tão imponente, que dispense se lhe acrescente seja o que for para provar a suprema potestade? Tanto menos incrédulos topará a religião, quanto mais a razão a sancionar em todos os pontos. O Cristianismo nada tem que perder com semelhante sanção; ao contrário, só tem que ganhar. Se alguma coisa o há prejudicado na opinião de muitas pessoas, foi precisamente o abuso do sobrenatural e do maravilhoso.

Querem dar ao povo, aos ignorantes, aos pobres de espírito uma idéia do poder de Deus? Mostrem-no na sabedoria infinita que preside a tudo, no admirável organismo de tudo o que vive, na frutificação das plantas, na apropriação de todas as partes de cada ser às suas necessidades, de acordo com o meio onde ele é posto a viver. Mostrem-lhes a sua bondade na solicitude que dispensa a todas as criaturas, por mais ínfimas que sejam, a sua previdência, na razão de ser de todas as coisas, entre as quais nenhuma inútil se conta, no bem que sempre decorre de um mal aparente e temporário. Façam-lhes compreender, principalmente, que o mal real é obra do homem e não de Deus; não procurem espavori-los com o marmore do inferno, em que acabam não mais crendo e que os levam a duvidar da bondade de Deus; antes, dêem-lhes coragem, mediante a certeza de poderem um dia redimir-se e reparar o mal que hajam praticado. 

 
   
Apontem-lhes as descobertas da Ciência como revelações das leis divinas e não como obra de Satanás. Ensinem-lhes, finalmente, a ler no livro da Natureza, constantemente aberto diante deles; nesse livro inesgotavel, em que cada uma de cujas paginas se acham inscritas a sabedoria e a bondade do Criador. Eles, então, compreenderão que um ser tão grande, que com tudo se ocupa, que por tudo vela, que tudo prevê, forcosamente dispõem do poder supremo. Vê-lo-á o lavrador, ao sulcar o seu campo; e o desditoso, nas suas aflições, o bendizerá dizendo: Se sou infeliz, É POR CULPA MINHA. Então, os homens serão verdadeiramente religiosos (no sentido filosofico da palavra), racionalmente religiosos, sobretudo, muito mais do que acreditando em pedras que suam sangue, ou em estátuas que piscam os olhos e derramam lágrimas".



Fonte: A Gênese - Os milgares e as previsões segundo o Espiritismo.(Cap.XIII)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O que é o amor, onde vai dar, parece não ter fim...


Eu parei pra conversar com uma amigona minha que tava num dilema: “a sensação de não ter vontade de sair com as conhecidas”... bem vinda ao clube rsrsrsrs!!! Estamos na mesma barca, me sinto exatamente como ela sem tirar nem por; Daí eu fui avaliar minha "dor" e percebo que essa seleção pra mim é muito benéfica, porque qualifica quem eu quero ao meu lado. Não que eu deixe de falar com as pessoas, mas é legítimo conhecer quem eu quero pra partilhar a vida nessa vida. Foi aí que vasculhando meus acervos palestrais, lembrei-me de uma feita pela Délia Gusmán, que falava sobre o amor platônico versus o amor sensual. E concluí que descobri minhas almas afins depois que percebi o que é o amor platônico, isto é, segundo Platão e não essa xaropada que falam por aí. Dizem os velhos filósofos que o homem busca o que não tem - pois se tivesse não buscaria - e ama o que lhe falta; porque lhe falta, ama o que não tem. Como se sente incompleto vai em direção daquilo que considera importante para se sentir plenamente humano.

Podemos definir o amor de uma única maneira? Existem diferentes definições? Ou centenas de aspectos que devemos considerar para falar do amor? Eu penso que o amor é tão rico que não se reduz a um problema de palavras, nem mesmo de definições, mas a uma questão de infinitos matizes, que talvez durante a vida toda cheguemos a abarcar por completo. Podemos, ao longo da vida, analisar algumas idéias, mas não chamá-las de definições. Eros encarrega-se de que em cada plano exista alguma forma de amor, que expresse o amor de uma forma apropriada em cada nível. Porém o que os seres humanos fazem é utilizar a mesma palavra para todos os níveis, e quando esvaziamos as palavras de seu contexto real perdemos a sabedoria contida no significado delas.

Como ensina Délia, hoje se entende por amor algo assim como uma inquietude psicológica, que se expressa fundamentalmente por meio do corpo e do sexo, como se fosse a única possibilidade de expressão. Amor sexual significa "estar na moda", reservando a expressão de amor platônico para algo mais desgastado e fora de moda. Para os "modernos", o amor platônico é considerado como um repudio ao sexo e uma agressão. Este auge sexual é fruto da liberação das novas gerações, uma geração que começou deixando de lado todos os valores que já não tinham mais significado, que foram úteis nos momentos anteriores da historia, mas que já não diziam nada a juventude e que devia ser substituído, porem aconteceu, como tanto outras vezes na historia: os valores não foram substituídos, mas simplesmente se presidiu dos que havia, e esses foram destruídos. Mas aí fica a minha pergunta: o amor sexual continua tendo como finalidade a felicidade ou o que importa é um instante de satisfação? Compreendemos realmente a diferença entre felicidade e satisfação? Aparecem novas complicações de todos os tipos, como aberrações sexuais, pois quando há liberdade sem limite, o que antes era o proibido e apetitoso, deixa de interessar. Saímos do triste quadro clínico de uma disfunção biológica de corpos, que se distanciam do que chamamos sexualidade humana, e passamos para uma enfermidade da psique. É a psique que necessita de emoções cada vez mais fortes. Foi assim que colocamos na vanguarda da moda e decidimos que o Amor, em maiúsculas, o Amor ideal, era impossível; ocupamos seu trono convenientemente ajudado por excitadores de todos os tipos: psicológicos, físicos, drogas, filmes, revistas e outros subterfúgios. Demos seu lugar ao amor sexual, ao simples prazer sexual, que nos atrevemos a chamar de amor. Platão afirma que se o Amor se expressa em todos os planos do universo, é lógico que também se expresse no plano físico, e que esta relacionado com o sexo também e não pode ser rechaçado, na época do mestre Platão, havia homens e mulheres que se amaram de todas as formas possíveis; mas se o amor se expressa em todos os planos do ser humano, que não, por meio de um esforço inteligente, fazer com que ele se destaque mais nos planos superiores, na captação de elementos ligados a alma, além e acima dos extintos, não sei se você ta conseguindo me entender e seguir meu raciocínio?

O que quero deixar claro é que os instintos não têm nada de mal. Precisamos destacar uma coisa e outra. Se reconhecermos os instintos como próprios dos animais, não que o homem não os tenha, mas tem algo além deles, a busca de uma expressão de amor, que seja própria do ser humano, que lhe permita encontrar uma felicidade humana, não uma felicidade de animal, não uma felicidade de arvore ou de pedra, mas de um autentico ser humano!

Existe uma estória na mitologia grega e que eu gosto muito de mitologia grega, que conta que ha milhares de anos, quando o deus primeiro gerou nosso universo, começou a dividir as almas dos humanos até chegar a milhares e milhares de almas que habitam a terra. Essas almas que foram se dividindo, sentiam como se tivessem perdido alguma coisa, como se faltasse a sua metade. Daí o conceito de almas gêmeas, na Grécia antiga, e que não existe, mas é bonitinho, e do amor, como uma necessidade de encontrar aquilo que uma vez fez parte de nós, mas que agora não temos, lembra aquilo que expliquei la em cima??? Que o homem busca o que não tem e ama o que lhe falta; pois se sente incompleto e vai em direção daquilo que considera importante para sentir plenamente humano? O amor seria, nem mais e nem menos, a busca da unidade perdida, da harmonia por oposição ou semelhança. Por oposição que nos falta uma metade, a semelhança é dada na afinidade espiritual, aquela que fez com que um dia duas almas fossem uma e por isso necessitam se encontrar outra vez. Isto é uma metáfora. Mas esse é o amor platônico: encontrar a parte da alma que nos falta em uma pessoa que represente para nós o Bom, o Belo, o Verdadeiro e o Justo.

O belo é o útil; O Bom é tudo o que une aos seres humanos, pois você sabe que tudo é sistêmico e nada nem ninguém está separado; O Verdadeiro é justamente a consciência desta unidade e o justo é tudo aquilo que está na vida de acordo com a sua natureza. Alguém é belo quando tem algo que não é somente o corpo, a forma, a estatura, a cor dos cabelos ou a cor dos olhos; é uma bela alma que se reflete através do corpo. Não há somente almas belas, mas belas ações. Há gestos, ações e sentimentos que enchem completamente a alma. Há beleza além do corpo e além da alma, há energia e vida que também transmite beleza.

A revolução sexual perdeu seu valor porque suas conseqüências foram terríveis, são terríveis até hoje não contribuíram em suma para o aperfeiçoamento do ser humano, mas sim o corrompeu e o denegriu. Essa conseqüência é o fracasso dos casais: hoje te amo, amanhã quem sabe? Importa ou não me importa? Você era uma circunstancia a mais; divórcios a granel; angustias de todo tipo. Ainda que poucos queiram reconhecer: todo mundo quer Amar Verdadeiramente, cabe a nós em nosso dia a dia e aos nossos jovens modernos planejar uma nova revolução, dar outra vez uma volta na roda da história e ver as coisas sob um novo ponto de vista. Não é simplesmente focar a castidade - ainda que se pudesse ser, em contrapartida à quantidade de excessos, mas marcar pela busca de algo profundo, algo estável, por amar uma pessoa que represente algo para nós, algo fundamental. O que importa é que esse amor seja duradouro, seja para hoje, para amanhã e parar toda vida, não importa se envelhecemos com a pessoa que amamos, porque os corpos se desgastam, mas o Amor não. Deste ponto de vista mudam muitos conceitos, incluindo aqueles acerca da geração, já que o Amor pode ter como finalidade a gestação, mas há distintos tipos de fecundidade. Não somente podem fecundar corpos novos como podem gerar outros inúmeros elementos: idéias, sentimentos, virtudes.

Assim, esse amor que Platão nos apresenta brilha não como impossível ou como uma contradição do amor sexual; ele expõe um tesouro que está ao alcance das mãos, se nos atrevermos a buscá-lo. O amor sexual é a conseqüência, uma forma de expressão, mas não é o ponto de partida de uma relação entre duas almas, entre dois seres humanos, “Fazer amor, dizem os libertinos, mas amor não se faz, já nasce feito” (Profº Hermógenes). O amor sexual é o complemento de uma união muito mais íntima e real, em que o psicológico começa a se elevar mais do que o biológico. Hoje é muito mais importante que entre duas pessoas exista compreensão, diálogo, ternura, carinho, companheirismo e que compartilhem as coisas fundamentais da vida. Ah se eu tivesse aprendido isso a alguns anos atrás...! mas vá bene o que importa é que apanhei mais aprendi, novamente dor como veículo de consciência.Se concluímos que o psicológico supera o biológico, não é de estranhar que com um pouco mais de tempo, o espiritual supere o psicológico, ou seja, que ternura, compreensão, diálogo e carinho abram caminho para uniões que não se rompam com o passar dos anos.
O renascimento do espiritual significa que acima de todas as coisas, os seres humanos descubram que há imortalidade, que gestação e fecundidade consistem em dar lugar a uma vida e que, depois de tudo, nada mais é do que a vida imortal, que bate em cada um de nós. Nossa, profundo isso!

Do ponto de vista do amor platônico, que abarca o espiritual e o físico, lembremos algo fundamental: aquele que ama enriquece, porque busca o que não tem e tenta recobrar aquilo que lhe falta. Podemos agregar um conselho que diz: “Lembre aos que amam que o Amor outorga-lhe algo de divino, porque quem ama levam Eros consigo". Há um deus dentro daquele que é capaz de amar, e um Amor com maiúscula rsrsrs



Desculpe se me estendi tanto, espero que me tenha feito entender mas a pauta está aberta para comentários. Pelo menos agora vocês entendem porque faço questão de andar com minhas almas afins neh? um dia estivemos juntos fisicamente e almamente sempre rsrsrs e se vocês bem pensarem sempre estaremos; Vocês e toda essa gente boa que nos acrescenta e nos eleva.

Meu Amor pelas minhas almas afins é incondicional porque eu sou elas e elas são eu e juntas somos o melhor de nós mesmas, somos divinas!!!! Entendeu a conexão agora???

Pensando assim diminui a saudade que sinto, até porque tenho certeza que vamos ainda viver muitas peripécias. He he

É preciso saber a diferença entre o que é um favor e contrair uma dívida



Eu acho impressionante como a maioria das pessoas tem o dom de esvaziar as palavras ou distorce-las "sempre ao seu favor".
Ao longo da minha vida, eu escutei muito e venho escutando repetidas vezes as pessoas "me lembrarem" o quanto são "solícitas", o quanto me "prestam favores" "sem me pedirem nada em troca". E hoje, mais uma vez eu reafirmo aquilo que aprendi aos 08 anos de idade e conto pra vocês agora.

Quando eu era pequena(não em barbacena), eu tinha uma coleguinha na escola na qual tinhamos uma relação de amor e ódio, quando não estávamos brigando, estávamos melhores amigas, um belo dia, esta menina, e estávamos bem, veio me pedir um favor que hoje eu nem me lembro qual foi, mas foi algo que fiz pra ela; O que me deu uma sensação interior de "superioridade". Eu pensei, "nossa, ajudei alguem que vive arengando comigo, "sou melhor"" Ok, mas não tardou para estarmos brigada; E foi neste momento que lá pelo meio da discursão eu soltei a "pérola" "-É, mas eu fiz tal coisa que você me pediu" e a pequena retrucou "- fez porque quiz". Foi um verdadeiro tapa energético na minha cara. Ela estava com toda razão, eu fiz porque eu quiz, ou pra me aparecer, mas eu fiz e ninguém me botou faca nenhuma no pescoço. E hoje, já com quase 40 anos eu venho escutando essas mesmas lembranças com cara de "desintenção", mas totalmente intencionadas em seus inconscientes. Foi aí que isto me levou ao dicionário, pois na filosofia aprendi que pra gente usar uma palavra, é preciso saber realmente qual é o significado dela. Ni qui quando eu abri o tarzinho estava escrivinhado:

Favor
[Do lat. favore.]

1.Serviço prestado a alguém com disposição amistosa; obséquio:
2.Benefício concedido; mercê, graça.
3.Benefício, bem, interesse;
4.Agrado, simpatia

Isso aqui foi no que a palavra se transformou nos dias de hoje:

1.Decisão propícia e/ou indulgente; aprovação;
2.Proteção, patrocínio;
3.Falta de isenção no julgar; parcialidade;
4.Condição favorável, propícia;

Dívida
[Do lat. debita, nom. pl. de debitum, ‘débito’ (q. v.).]

1.Aquilo que se deve
2.Obrigação, dever

O psiquiatra Adalberto de Paula Barreto, nos esclarece toda a raiz de tanta distorção que vou aqui explicar pros interessados.

"Pois é dando que se recebe". (oração de São Francisco)

Quando damos algo reconhecemos e valorizamos a necessidade do outro como algo que nos diz respeito, nos permite exercer a alteridade, a compaixão. Isso nos faz lembrar que somos responsáveis por tudo aquilo que nos cerca: o outro e a natureza, por exemplo, e que viver é conviver, como afirma Dr. Adalberto; Mas descobrir a alteridade não como uma ameaça ao meu existir, mas como parte dele que a nossa convivencia nos permite, como:

- Perceber o valor de uma convivência respeitosa na diversidade;
- Reconhecer a importancia de ações solidárias;
- Indignar-se com injustiças e desigualdades;
- Participar da construção de um mundo mais solidário;

Porém o que acontece hoje em dia, é outra coisa, é um dar que nos aprisiona. Vou explicar.
Quando damos sem a consciência de que somos beneficiários do nosso doar, ou seja, o de fazer um favor,o gesto de dar torna a quem o faz um CREDOR e a quem recebe um DEVEDOR. Cria-se então uma relação de dependencia que torna-se a origem de futuros desentendimentos. O que acontece também é que quando alguém pede algo EMPRESTADO deve DEVOLVER, porque NÃO FOI DADO, nem o objeto e nem a pessoa que emprestou o direito de escolher se quer doar. Digamos então, que é uma dupla sacanagem!

Na doação, que é o favor, ninguém tem a obrigação(note que segundo o dicionario esta palavra se relaciona com dívida) de retribuir ou devolver nada. O problema é que a pessoa faz uma dívida achando que é favor.Detesto "achismo", nem escola filosófica é!

Isso fica muito claro e se revelam nas frases; "gosto do fulano porque ele reconhece o que faço por ele"(tem consciência da dívida); "Quanta ingratidão! Fiz isso por ele e ele foi ingrato!"(não reconhece a dívida)

Neste caso, ao devedor restam duas opções:

1 - Ser prisioneiro do credor
Nessa fase, todo provedor é um "anjo, a melhor pessoa do mundo". Ele é santificado e passa a a ser visto como salvador da patria, o provedor de todas as carências. A expectativa é imensa! foi plantada a semente da revolta que logo eclodirá. É compreensível o indivíduo reconhecer que sua vida depende de que alguém gere um sentimento de aniquilamento, reduza a auto-estima e o faça sentir-se um objeto passivo.
O que não dá é pedir emprestado as coisas e querer ainda bancar o orgulhoso(no mal sentido) porque a carência existe e é fato. Sempre, todos, seremos carentes de algo. De sentimento, de serviços, de objetos, etc As carencias nos levam a nossa busca pelo complemento no outro, e isso não tem nada a ver com posição social, tem a ver com você estar em desvantagem ou não em uma determinada situação.

2 - Rebelar-se contra o credor
Uma vez que "meu salvador" não respondeu com as minhas expectativas, preencheu minhas carencias, ele é diabolizado. Invertem-se os papéis. O "devedor" passa a acusar, negar todo benefício recebido. A única maneira de fugir do sentimento de aniquilação e dependencia, fruto de um relacionamento baseado no equívoco de que alguém vai salvá-lo, e o faz sentir-se sujeito livre.

Shakespeare já nos alertava; "Existe uma diferença, uma sutíl diferença entre dar a mão e acorrentar a alma"

O dar que nos liberta
Quando somos muito "lembrados" por alguém, que sempre que pedimos um favor este é atendido de forma "desinteressada"; Quando somos muito elogiados ou agradecidos, de forma quase compulsiva por algo que tenhamos feito por alguém, já é o ruído da faca sendo amolada para a proxima punhalada nas costas. Não nos iludamos com este anestesiante som! É preciso que nos posicionemos de forma firme, a fim de elucidar nossos relacionamentos evitando todo gesto de doação que se transforme em conflito de relação e que fique bem claro em nosso ato de dar algo, a carta de alforria do outro.

"Você não me deve nada. O que faço por você é o que fizeram por mim. Espero que você faça o mesmo, quando encontrar alguém nas mesmas condições. Esta é uma das leis da vida. Faça o bem sem olha a quem..."

Porque senão não é doação, é DÍVIDA!

Somente desta forma podemos libertar as pessoas beneficiadas por nossas ações, para que se tornem sujeitos livres de forma natural e não pela força da agressão. Este gesto também liberta o cuidador, aquele que doou algo. Deixa-o livre para recomeçar outras ações solidárias, sem gerar dependências e constrangimentos.

Portanto se você pediu algo prometendo devolver, você contraiu uma dívida. Pague. Pois aí reina o princípio da honestidade e da credibilidade que estará para sempre vinculado a sua pessoa. Agora se você pediu algo como doação, fique sussa porque você não deve nada a ninguém; E tampouco fique raivoso se alguém não te atendeu o pedido como você queria, você se livrou de uma cilada armada por si mesmo. Porque se você faz isso, você é um sério candidato a trazer aborrecimento pros outros e pra si mesmo, sendo conhecido como "persona non grata", achando-se "vítima" da "falta de compreenssão alheia", apesar de ser a "melhor pessoa do mundo" e que tambem "ajuda" a todos. Não existe melhor pessoa do mundo e se existisse esta não traria aborrecimento pra alguém. Bondade é que nem humildade, não existe humildade naquele que diz que é a pessoa mais humilde do mundo, como eu mesma ja escutei. A pessoa apenas é e pronto.

Eu agradeço este post a todas aquelas pessoas que me ajudaram a "farejar" esse tipo de conduta em mim e no outro, me corrigir e a sair correndo quando encontro alguém assim. Prefiro que digam que sou sovina do que alimentar esses vínculos doentís.

A gente se mete nessas ciladas e não sabe depois o por quê ta dentro delas. Pense, procure saber sempre onde você contribuio numa situação desgostosa que vai achar o seu dedo podre, mesmo com a "melhor" das intenções.